Irmã Francine-Marie Cooper

Nacida en 1981 en Manchester, Inglaterra, es diseñadora en comunicaciones, pertenece al Instituto Secular de las Hermanas de María de Schoenstatt desde 2002.

Texto do vídeo:

“O meu nome é Irmã Francine-Marie Cooper, sou Irmã de Maria de Schoenstatt desde 2002.

Acredito que Deus deu a cada pessoa neste mundo – incluindo a mim – uma tarefa muito específica. Quanto a mim, tenho uma tarefa como mulher, como pessoa criativa e não menos importante como Irmã de Maria de Schoenstatt. Cresci numa família de artistas e por isso a criação foi importante para mim desde tenra idade. À medida que a fé católica se tornava a meu ver cada vez mais importante,  a pergunta crescia em mim: como posso levar a riqueza desta fé às pessoas, de tal forma que elas sintam como Deus é e o que Ele lhes quer dar? Como posso ajudar muitas pessoas a ter um  encontro pessoal com Deus?

Assim, estudei Design de Comunicação,  também com a intenção consciente de ir ao encontro das pessoas onde elas estão e levá-las ao encontro com Jesus e Maria, ao encontro com Deus. Prefiro utilizar plataformas de comunicação social “pesadas” como o YouTube e Instagram para alcançar o maior número possível de pessoas, para as conhecer e para as levar comigo para o maravilhoso mundo da nossa fé.”

Que experiências a moldaram como mulher?

Nasci como quarta menina numa família de cinco filhos e assim cresci com a experiência em primeira mão de meninas e mulheres.

Estou muito familiarizada com a oscilação de emoções por que passam as jovens em diferentes fases.

Mas talvez tenha sido isso que me moldou como mulher: o confronto com os sentimentos, anseios, medos, alegrias e expectativas dos outros.  Isto é frequentemente atribuído às mulheres como um atributo: empatia, um sentido para as variações de humor, mas também a capacidade de criar atmosfera através do seu ser.

Além disso cresci rodeada de arte. Os meus pais, são ambos artistas, o meu avô era artista e também as minhas 3 irmãs estudaram arte, mais tarde. A arte esteve sempre presente na minha vida e com isso a busca da beleza, de expressão e moldagem de grandes pensamentos e objetivos.  

Não são só as mulheres que têm sentido para a beleza. E, no entanto, a beleza possui em si algo feminino. Ou seja, ela tem um carácter de mistério e frequentemente algo delicado em si, quase quebradiço. O belo desperta respeito e admiração e estimula à reflexão, pode até despertar um sentimento de amor, boa disposição e harmonia. Esta busca do “belo” marcou-me fortemente. E continua a marcar. 

Na minha vocação para Irmã de Maria de Schoenstatt, descobri uma beleza muito especial, ou seja, o “Belo”, no qual está contida uma profunda relação com Deus. Deus mesmo: Beleza em pessoa.

Onde é que experimentou Deus na sua vida?

Encontro Deus todos os dias de novo, o mundo está tão cheio de Deus!

Precisamente como uma pessoa criativa que está constantemente no processo de desenvolvimento e implementação de novas ideias, experimento Deus como “Criador”, como o Criador que está sempre a criar e a moldar – também na minha alma! E isto com uma calma e certeza soberana. Vejo-o também nos corações daqueles que criou: nas pessoas. Regozijo-me com tanta originalidade, tanto engenho de Deus como o qual me deparo todos os dias.

Acima de tudo, Deus esteve muito próximo de mim em tempos difíceis. Eu própria já experimentei que o sofrimento torna a alma receptiva para Deus, porque de repente todo o resto é visto de uma perspectiva diferente e muitas vezes nada pode ajudar. Nos momentos em que só Deus me podia dar uma resposta, quando a minha alma sangrava realmente, pude experimentar que Ele me dava graças e conhecimentos que eu não tinha tido antes. Assim, posso confirmar o que Gertrud von le Fort tão apropriadamente descreve: “Não só o dia brilhante, mas também a noite tem as suas maravilhas. Há flores que só florescem na selva, estrelas que só aparecem no horizonte do deserto. Há experiências de amor divino que nos sãos dadas apenas no abandono total, mesmo à beira do desespero”. (Gertrud von le Fort, “O nosso Caminho através da Noite”). A minha experiência é: posso vivenciar Deus em toda a parte. Só tenho de abrir olhos para Ele.

Que desafio vê hoje, para as mulheres?

Em geral, vejo o desafio para os jovens de hoje, sejam homens ou mulheres, de serem capazes de entrar em harmonia consigo próprios, sim, de reconhecerem a sua identidade dada por Deus e também de poderem exprimi-la.  Pode ser que seja um desafio maior para as mulheres porque muitas vezes têm de lutar pelos seus direitos na sociedade.

Percebo que muitos nem sequer sabem o que querem fazer com as suas vidas. Há tantas opções e tudo é tão propagado como algo maravilhoso. Portanto, há sempre a vontade de experimentar algo novo, esperando que talvez isto seja a coisa certa que me traga felicidade. Reparei muito nisto durante os meus estudos: havia vários colegas que não queriam realmente estudar, que não tinham interesse no assunto e que de alguma forma apenas se arrastavam nos seus estudos.

Hoje em dia, muitos querem estudar, custe o que custar. Pressão social? Pressão própria?

Penso que o maior desafio é que a imagem que temos de nós próprios corresponda realmente à verdade de quem somos por dentro. A pressão externa de como deve ser uma mulher, ou mesmo de como deve ser qualquer jovem para ser feliz e bem-sucedida, não capta o que é realmente belo e original nessa pessoa.

Desviar o foco do mundo exterior com as suas opiniões e orientações para o mundo interior da própria alma com as suas necessidades, mas também com os seus recursos – acho que é este o grande desafio. E, ao mesmo tempo, é a única forma de uma mulher se encontrar a si própria e à sua verdadeira vocação.

O que queres mudar neste mundo através da tua vida?

Há um ditado do Padre Kentenich que me diz muito: “Os mais eficazes hoje em dia são aqueles que irradiam a vida divina que trazem dentro de si”.

E é precisamente aqui que vejo a nossa tarefa como cristãos e também a minha tarefa pessoal. Gostaria que o maior número possível de pessoas pudesse experimentar que são infinitamente amadas por Deus. E desde o meu baptismo, Deus habita na minha alma, ou seja, sou uma pequena Igreja viva, ou como se diz na Bíblia: um Templo de Deus. Assim, para mim há duas coisas que quero fazer, para mudar o mundo positivamente: primeiro, alimentar e aprofundar a minha relação com Deus; segundo, ver cada pessoa com quem entro em contacto como uma obra milagrosa única de Deus e, na medida do possível, fazer com que essa pessoa tome consciência disso.

Isto torna-se muito concreto na pregação direta. Na minha profissão, trabalho muito com as redes sociais (YouTube, Instagram, Facebook). Também quero chegar às pessoas desta aldeia global da Internet com a mensagem do amor pessoal de Deus e dar testemunho de que só uma vida em Aliança com Deus nos torna felizes.