Noni Quiroz Heinert

Nasci em Guayaquil, Equador, em 27 de maio de 1951. Sou a quinta filha em uma família de 11 irmãos: 8 mulheres e 3 homens, 9 dos quais são casados e 2 consagrados a DEUS.  Após 12 anos do ensino fundamental, estudei Serviço Social na Universidade. Em 1973 fui chamada para trabalhar com crianças com problemas familiares e de 1981 até hoje dirijo, com um médico belga, a “Aldeia Infantil Cristo Rey”, localizada ao lado do Santuário de Schoenstatt em Guayaquil.
Desde 1979 todo o meu serviço profissional se realiza no Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt, onde DEUS me chamou para lhe consagrar a minha vida. Na Aliança de Amor vivo todos os dias a realidade do mundo sobrenatural na pequenez do escondido.

Que experiências a moldaram como mulher?

  • Minha mãe. Ela fez de sua vida um “Sim” dócil à Vontade de DEUS. Quero dar  importância na minha contribuição, por ser “100 mulheres” para minha mãe! Minha mãe: María Dolores Heinert de Quiroz, a quem todos chamavam de Lola, encontrou Schoenstatt através de um sacerdote espanhol que viajou para o Chile e em Bellavista conheceu Schoenstatt! Minha mãe tinha 38 anos e na época 10 de seus 11 filhos. Graças a Schoenstatt minha mãe viveu = Rezou – sofreu – desfrutou, AMOU, FAZENDO ESCOLA! Fascinante para mim e eu experimento isso para muitos! Nos últimos 10 anos ela teve de se locomover em cadeira de rodas (dos 62 aos 72 anos de idade, quando ela faleceu). No último ano da enfermedade,  já muito deficiente, um de meus irmãos se ofereceu para levá-la ao Santuário. Sei que com dificuldade ele tomou a decisão de aceitar! Quando ela já estava lá, fui cumprimentá-la (moro ao lado do Santuário) e quando a vi, ela me disse: “Estou feliz aqui, não quero nem fechar os olhos para saber que é verdade que estou aqui”.  Agora, na presença do Eterno Schoenstatt, ela sabe o quão verdadeiro é Schoenstatt!
  • Tenho estado rodeado de gente muito boa
  • A possibilidade constante de escolher sem pressão, com orientação e experiência pelo exemplo e modelo do meu ambiente, em decisões grandes e pequenas.
  • A MTA de Schoenstatt e o Pe. Joseph Kentenich com seu com seu enfoque convincente sobre o que as mulheres contribuem através do seu ser e na grandeza do pequeno “que nada se perde”.

Em que momentos da sua vida você experimentou DEUS?

Até os 25 anos, a única perspectiva estável à vocação era o  casamento. No dia 29 de agosto de 1976, eu selei minha Aliança de Amor. Tínhamos escolhido com o Padre a data de 22 de agosto “María Reina” e 2 semanas antes o Padre a mudou. 29 de agosto era un domingo e o dia do martírio de São João Batista. Poucos meses depois de ter selado a minha Aliança de Amor, um Padre de Schoenstatt, com quem eu trabalhava pelas crianças, falou comigo e apresentou a possibilidade de consagrar minha vida a Deus no Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt. Ele me deixou desarmada.

Era uma Comunidade da qual eu nada sabia, no Equador não existíamos. Eu não perguntei nada. Mencionei isso à minha mãe, que pertence ao grupo fundador de Schoenstatt no Equador (1960) e ela me ouviu e disse: “Por que te incomoda que este Padre se atreveu a fazer essa proposta vocacional? Ele não empurrou você, apenas abriu uma porta para você. ”Isto me fascina até hoje, que minha mãe, que também o conhecia, me disse isso. Foi assim que eu comecei a pensar e discernir. Deus presente em causas segundas e em nossa mente e coração.

  • Em quase tudo e de tantas maneiras concretas, seria mais fácil para mim dizer o que não experimente
  • Na vida familiar, 11 irmãos: 8 mulheres e 3 homens. Todos com temperamento forte. Tinha muita música, gargalhadas, brigas.
  • No Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt. Visão sobrenatural de tudo o que é mais natural.
  • Na Família de Schoenstatt. O Equador, como país, tem um ênfase  muito mariano e filial.
  • No Santuário, eu o experimento como o próprio céu “eu vi um céu aberto”, senti um céu aberto.
  • Uma experiência muito importante na minha vida foi a surpresa que DEUS me quis para Si. Outra tem a ver com a Obediência, como quando meu pai estava morrendo, eu tinha a passagem pronta para viajar, sábado 24 de agosto e contei para minha mãe : “Eu não quero ir, o que eu faço?” Ela respondeu: “Faça o que mais lhe custar.”

Qual é o desafio que você vê para as mulheres hoje em dia? 

Múltiplos e a cada passo! Considero essencial que a mulher leve ao  subconsciente a convicção do plano de DEUS, assim como Ele nos mostrou quando escolheu Maria, exige do ser da mulher e que ela saiba cumpri-lo em complementação do homem, sem questinamentos ou queixas, com atitudes que curem – salvem – elevem. “Nossa missão de vida é tríplice: temos que rezar, trabalhar e sofrer”.  P.K.

O que você quer mudar neste mundo ao longo da sua vida?

Gostaria que DEUS me usasse para aniquilar o binômio apetite – satisfação! Através da minha natureza elevada pelo sacrifício da natureza. Vejo que todos vivem de reação em reação, mas não de atitudes. Schoenstatt com a proposta ascética do Horário Espiritual nos convida a concretizar, à luz do Ideal pessoal de vida e de Comunidade. Acho que aqui a varinha mágica é “por eles eu me entrego”, ao invés de mudar outro, sou eu que me ofereço.